Última atualização em 03/04/2020 por admin
Vacina oral desenvolvida em Israel já está nos ‘estágios finais’
Grupo de pesquisa financiado pelo governo israelense já prevê testes em humanos no dia 1º de junho
Uma nova vacina contra o coronavírus está sendo desenvolvida por um time de cientistas em Israel, que afirmam ser capazes de produzir um componente ativo para a droga “nos próximos dias”. Em entrevista ao jornal The Jerusalem Post, o chefe da equipe, Chen Katz, afirmou que pretende iniciar os testes em humanos em 1.º de junho. “Nós já estamos nos estágios finais e em poucos dias teremos as proteínas – os componentes ativos da vacina”, afirmou à publicação o líder do grupo de biotecnologia do Instituto de Pesquisas da Galileia (Migal, na sigla original).
O avanço veio depois de a equipe estar há quatro anos desenvolvendo uma vacina para o vírus da bronquite infecciosa das galinhas (BIG), comum nessa espécie de aves e também encontrada em faisões. A droga que está sendo desenvolvida para a covid-19 seria uma adaptação dessa primeira pesquisa.
“Nosso conceito básico foi desenvolver uma tecnologia geral e não uma vacina específica para esse ou aquele tipo de vírus”, afirmou Katz, que também explicou os ajustes genéticos que permitiram a adaptação da substância para uso em humanos: “A estrutura científica da vacina tem por base um novo vetor de expressão proteica, que forma e secreta uma proteína solúvel quimérica, a qual entrega o antígeno viral nos tecidos da mucosa por endocitose auto-ativada, fazendo com que o corpo forme anticorpos contra o vírus.”
A pesquisa foi financiada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia de Israel. Em 27 de fevereiro, o ministro Ofir Akunes já havia adiantado todas as aprovações necessárias para que o processo de finalização e comercialização da vacina seja facilitado. Ainda de acordo com Katz, a substância oral da droga
já provou induzir altos níveis de anticorpos específicos contra a BIG.
A pesquisa multidisciplinar também concluiu que o vírus encontrado nas galinhas carrega grande semelhança genética com a forma da covid-19 que afeta humanos, compartilhando do mesmo mecanismo de infecção. “Nosso objetivo é produzir a vacina entre as próximas oito ou dez semanas, para alcançarmos a aprovação de segurança em 90 dias. Essa vacina será oral, tornando-a particularmente acessível”, afirmou David Zigdon, presidente do Migal.
Estados Unidos.
No dia 16, cientistas americanos iniciaram o primeiro teste em humanos de uma possível vacina contra o novo coronavírus. De acordo com comunicado dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), órgãos vinculados ao governo americano, a fase 1 da pesquisa clínica envolve 45 voluntários, com idades entre 18 e 55 anos. O experimento deve durar 1 ano.