Última atualização em 27/10/2015 por admin
Um grupo de funcionários da estatal de energia Celesc, de Santa Catarina, mantém, há alguns anos, um blog em que são postadas notícias sobre reajustes salariais, festas da empresa, movimentos sindicais. Nos últimos meses, porém, o tema que domina os fóruns de discussão são os problemas da Celos, fundação que cuida do fundo de pensão dos empregados. A coisa está feia por lá. Um funcionário chegou a convocar os colegas a fazer uma novena para Santo Expedito (aquele das causas urgentes) “para a fundação ter caixa para bancar as aposentadorias”. O fundo, que acumula déficit de 337 milhões de reais, obrigou os participantes a aumentar 9% a contribuição ao plano até setembro de 2016 para tentar sair do vermelho (e a empresa vai fazer um aporte da metade do valor). Se não funcionar – e há mesmo o risco de que não funcione, porque a rentabilidade do fundo de janeiro a agosto deste ano é de apenas 2,6%, enquanto a inflação foi de 7,6% -, o fundo pode pedir mais dinheiro aos empregados. O mais preocupante é que a Celos não é, nem de longe, a única fundação com problemas. Há dezenas delas com déficit. Isso significa que funcionários e empresas, muitas delas estatais, poderão ser obrigados a coçar o bolso para salvar suas aposentadorias – sem garantia de que conseguirão salvá-las.