Última atualização em 21/10/2015 por admin
À sociedade brasileira e seus formadores de opinião vem sendo oferecidas, como nunca antes, informações que ajudam com certeza a aquilatar a real importância dos fundos de pensão na vida do País. E isso foi especialmente verdadeiro nas últimas semanas, período em que estudos e declarações de variadas personalidades permitiram aos brasileiros ter uma ainda muito melhor ideia do papel da poupança previdenciária em formação e de seu potencial. “Os fundos de pensão têm apresentado resultados positivos, apesar das várias adversidades. Mas merecem ser valorizados como o grande, se não o único, instrumento de formação estável de poupança de longo prazo”, resume o Presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto.
O sistema de previdência complementar fechada tem cumprido seu papel ao longo dos últimos 40 anos e apresenta expressivos avanços nesse período, a despeito das turbulências políticas e econômicas ocorridas tanto no cenário brasileiro como internacional, enfatiza o diretor superintendente da Previc, Carlos Alberto de Paula. O grande desafio daqui para a frente, sublinha, “será o de fazer os movimentos adequados para ajustar o modelo atual às novas demandas da sociedade brasileira”. As mudanças demográficas que têm provocado o aumento da longevidade e do ritmo de envelhecimento da população devem ser consideradas, assim como uma série de mudanças na própria estrutura de gestão de pessoas pelas empresas. “Assim como o sistema soube responder adequadamente às mudanças ocorridas nas décadas de 1970, 1980 e 1990, está na hora de responder aos novos desafios e, talvez, adequar o atual modelo de planos à nova realidade da população”, sublinha.
José Ribeiro tem uma ideia clara do que precisa começar a ser feito desde já em nome da construção desse futuro. O presidente da Abrapp acredita que, apesar dos resultados positivos que vem sendo alcançados pelos fundos de pensão, é necessário tomar medidas para o fomento do sistema. Entre essas destaca algumas, como alterações na tributação, a fixação da Previc como órgão de Estado e não de governo, o patrimônio de afetação, a estabilidade do dirigente, a certificação da governança e a inscrição automática.
Os números, por sua vez, confirmam o muito que já foi conseguido. O total de ativos sob gestão no final do primeiro semestre, de R$ 733 bilhões, representa 12,9% do PIB. Esse montante (correspondente a US$ 236 bilhões) é superior aos recursos acumulados pelos fundos da Alemanha (US$ 234 bilhões), Dinamarca (US$ 152 bilhões) e Finlândia (US$ 113 bilhões), entre outros países altamente relevantes.
Levantamento da Abrapp mostrou também que a rentabilidade dos fundos de pensão alcançou 214% nos últimos 10 anos, bem acima da meta atuarial de 197% na década. Segundo os cálculos da Abrapp, levando-se em conta o período de 20 anos, o retorno médio foi de 2.335%, enquanto exigível atuarialmente calculado ficou em 1.315%.
Em comparação a outros países, a rentabilidade dos fundos de pensão brasileiros também se destacou, somando 28,56% de 2008 a 2014, a quinta maior no ranking da OCDE e à frente de países como México, Canadá, Noruega, Finlândia, Itália, Espanha e Austrália.
Outro dado mostra que as entidades brasileiras podem ainda dar lição de sustentabilidade. O índice de solvência das entidades brasileiras foi de 107%, acima do registrado na Suíça (97,1%), Canadá (93%), Reino Unido (80,8%) e Estados Unidos (71,9%).
Mais um destaque do levantamento da Abrapp foi o crescimento de 25% do patrimônio dos fundos instituídos (aqueles criados a partir de vínculos associativos com sindicatos, associações de classe, cooperativas e conselhos de profissionais).
“Apesar das incertezas que o País vive, nosso sistema tem mostrado sua força”, resume José Ribeiro Pena Neto, presidente da Abrapp. “Estamos cada vez mais seguros de que a previdência complementar fechada pode ajudar o Brasil a trilhar o caminho de volta ao crescimento sustentável”.