Última atualização em 16/06/2015 por admin
Peça fundamental para fomentar o financiamento do programa de concessões federal via mercado de capitais, pelo tamanho de seu patrimônio e perfil de aplicadores de longo prazo, os fundos de pensão foram compradores marginais das debêntures de infraestrutura emitidas até agora num total de R$ 11,18 bilhões. Segundo fundações e especialistas, os papéis falham em oferecer retorno atraente o bastante para que as entidades abram mão da segurança dos títulos públicos. Além disso, regulamentos de alguns fundos impedem a compra de debêntures lançadas por companhias de capital fechado. “Não há estímulo para que os fundos entrem nesse mercado. A não ser que a taxa oferecida nas emissões seja maior do que a de um papel do governo, o risco-retorno não vale a pena”, afirmou o gestor de uma entidade de previdência fechada.
A posição mais refratária pode ser explicada pelo desenho tributário, que faz a diferença sobre o retorno das aplicações. “A cunha fiscal é variável fundamental para a rentabilidade”, reforça o diretor presidente da BB DTVM, Carlos Massaru Takahashi. Os fundos de pensão têm isenção de Imposto de Renda para aplicar em títulos públicos. Assim, só valeria a pena usufruir do mesmo benefício fiscal que é concedido a quem compra as debêntures de infraestrutura se o prêmio dos papéis privados fosse melhor. No entanto, grande parte das empresas com baixo risco que tem ido a mercado não consegue oferecer a rentabilidade desejada.