Última atualização em 13/03/2015 por admin
O conselho deliberativo do Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, aprovou o plano de equacionamento do déficit de R$ 5,6 bilhões. O saldo negativo é proveniente, principalmente, da má performance dos investimentos nos últimos dois anos e de dívidas passadas que os Correios deixaram de pagar. O déficit já é maior do que o ativo do plano, que é de R$ 5 bilhões.
Conforme as regras do setor, o saldo negativo será dividido entre a empresa e os carteiros, que farão contribuições extraordinárias ao plano de benefício definido (BD) da fundação. Para os aposentados isso significará a redução de seus benefícios, uma vez que o valor será descontado direto do contracheque.
Ficou definido que a contribuição extra para os participantes (tanto os na ativa quanto aposentados e pensionistas) será de 25,98% do benefício. O valor começará a ser cobrado na folha de pagamentos de abril e tem prazo máximo de vigência de 15,5 anos, ou seja, pode se estender até junho de 2030. O déficit será reavaliado anualmente considerando o retorno dos investimentos e as hipóteses atuariais do plano, como expectativa de vida dos participantes. Tanto os carteiros quanto os Correios já fazem contribuições extras ao plano desde 2013 para cobrir o déficit de quase R$ 1 bilhão de 2011 e 2012. Nos últimos quase dois anos foi cobrado diretamente do contracheque uma fatia de 3,94% do valor da aposentadoria ou pensão, no caso dos assistidos, ou do valor previsto do benefício, para os funcionários na ativa.
Esse percentual é que agora vai subir para quase 26%. Como os participantes já previam, na conta do déficit foi incluída uma dívida passada que os Correios tinham com o plano. Essa dívida é derivada da época em que o plano BD foi saldado, em 2008. Na época foi identificado um déficit referente às obrigações sobre o tempo de trabalho dos participantes no período anterior à criação do plano chamado de Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA). Os Correios assumiram o pagamento integral desse déficit, mas sempre houve divergências dentro do governo sobre a responsabilidade da dívida. Em abril do ano passado, a empresa suspendeu o pagamento sob o entendimento do Tesouro de que ela deveria ser dividida com os participantes.
Além dessa obrigação, que era estimada em torno de R$ 1 bilhão, a maior parte do déficit é derivado dos maus investimentos que a fundação fez no passado. Valor