Associação dos Participantes e Assistidos de Fundações e Sociedades Civis de Previdência Complementar da Área de Telecomunicações

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PF investiga operações entre doleiro, fundos de pensão e PT – fonte folha de São Paulo

Última atualização em 29/09/2014 por admin

IrmaosMetralhaA Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação na Operação Lava Jato para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

 

Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.

 

Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

 

E-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento.

 

Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.

Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro.

 

Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02”.

 

Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude.Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplanagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef.

 

Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.

 

Vaccari esteve na sede de uma empresa do doleiro, a GFD, um mês antes de a PF deflagrar a Operação Lava Jato. A GFD era a empresa usada por Quadrado para captar recursos dos fundos de pensão. O tesoureiro disse em agosto que conhece Youssef e foi à GFD, mas não revelou o motivo da visita.

 

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, disse que não teve nenhuma participação no esquema montado pelo doleiro Alberto Youssef, seja influenciando fundos de pensão a fazer investimentos, seja recebendo por meio do doleiro recursos que esses fundos perderam ao fazer negócios com o grupo de Youssef. Os dois fundos de pensão que aplicaram no Trendbank, Petros e Postalis, negaram que tenham feito investimentos por influência de Vaccari.

As duas fundações afirmaram que todos os aportes no Trendbank ocorreram antes de fevereiro de 2012, data do e-mail encontrado pela Polícia Federal em que um operador de Youssef, Enivaldo Quadrado, cita Vaccari como alguém que poderia ajudá-lo a fazer contato com o Petros.

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