Última atualização em 23/07/2014 por admin
Selecionei algumas imagens do fotógrafo Steve McCurry para ilustrar esse post. São PESSOAS idosas de diferentes lugares do planeta: Cuba, Paquistão, Estados Unidos… Elas revelam que as individualidades dependem das circunstâncias vividas no tempo. Mas o tempo passa e amarrota indistintamente anônimos e famosos.
Vamos olhar de frente a questão: na semana passada, a Gama Consultores Associados divulgou a seguinte notícia:
“O Brasil deve se preparar para o envelhecimento da população antecipando ações para que as pessoas cheguem cada vez mais saudáveis aos 60 anos e se mantenham ativas e inseridas socialmente após a aposentadoria. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (10) por participantes de debate promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH)“. Para saber mais, clique aqui.
O que me chama a atenção é mais uma área da gestão pública reconhece essa demanda global. O Brasil, por sua demografia, custou muito a legitimar esse fato. Existem muitas outras prioridades que competem pela atenção dos dirigentes e da sociedade: consumo, entretenimento, infraestrutura, saúde, segurança, habitação, educação.
Por muito tempo, o próprio bônus demográfico favoreceu essa indiferença à uma verdade que agora vai, muito rapidamente, exigir respostas e soluções até então negligenciadas em nível individual e coletivo.
Se a Previdência Complementar aponta para a formação de uma renda para o trabalhador no pós-carreira e isso é uma questão que precisa ser discutida exaustivamente para ser entendida não como fórmula mágica. Mas como um dos pilares de sustentação financeira que precisa ser ativamente fortalecido, inclusive na aposentadoria.
Diante do aumento da longevidade, isoladamente a Previdência Complementar não será fonte de renda suficiente para a manutenção da qualidade de vida, sem uma necessária adequação do comportamento. Viver de renda é mais um mito que não se sustenta.
Envolvimento da sociedade
Liberdade, lazer e prazer são as expectativas mais associadas ao significado da aposentadoria para os brasileiros, segundo pesquisa Aegon (clique aqui). Otimismo? Ingenuidade? Despreparo? Os entrevistados também revelam não terem um plano desenhado para concretizar os projetos de liberdade, lazer e prazer na aposentadoria.
É claro que a mudança depende de políticas públicas integradas e lúcidas que coloquem em pauta tudo o que o envelhecimento e a longevidade significam no mundo real para que as soluções sejam uma ação conjunta e convergente nas esferas individual e coletiva. Os trabalhadores, as empresas, a sociedade precisam superar a assimetria informativa em relação a essas questões para encontrar novas respostas e experiências para as ações do tempo.
Eliane Miraglia – mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP), desde 1991 atua no segmento de Previdência Complementar, consultora da Suporte, é autora do blog Conversação (http://elianemiraglia.blogspot.com.br)