Última atualização em 16/07/2014 por admin
O Brasil tem 25 milhões de idosos. Em seis anos, serão 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos. Menos de 200 mil estão nos asilos. Mas se depender do desejo da maioria da população fluminense, o número de sexagenários asilados seria bem menor. Pesquisa encomendada ao Instituto Gerp pelo DIA revelou que 75% dos 870 cariocas e fluminenses, entre os dias 20 a 25 de junho, não colocariam seus pais em um asilo até de boa qualidade, mesmo que tivessem alta renda.
Especialistas em terceira idade acreditam que a decisão é fruto do preconceito. “As famílias acham que se deixá-los lá eles serão negligenciados. Às vezes é preferível ter a ajuda de fora, onde serão bem cuidados e estimulados, do que deixá-los em casa, sem condições, e, em alguns casos, em situação de abandono”, afirma a geriatra Lenita Balbino.
Consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) e diretor da Universidade da Terceira Idade (Unati-Uerj), o médico Renato Veras explica que o mais importante é manter o idoso ativo. “Na Unati, eles cantam, dançam, aprendem línguas, fazem trabalhos manuais e até cursos de prevenção de quedas”, ressalta. A florista mais antiga do Rio, Marina Martins Machado, 89 anos, nem pensa em se aposentar. Nos 62 anos à frente da floricultura Roseiral do Flamengo ela só fechou a loja uma única vez. “Há oito anos, quando meu irmão morreu”, recorda Marina que adora o que faz. “As flores animam. Deus me livre, ficar em casa e doente no sofá”, diz.
Moradoras de Copacabana, Lucelena do Valle, 60, Ana Maria Calcado, 65, e Thereza Justino, 50, ocupam o tempo livre se exercitando nas academias da terceira idade da prefeitura. “É um lugar para fazer amigos e cuidar da saúde”, conta Lucelena, que mora sozinha, como deseja 15% dos entrevistados. Quase metade (42%) disse que, se pudesse escolher, gostaria de passar a velhice com o companheiro na própria casa. Outras 25% morariam com os filhos. De acordo com a pesquisa, 71% disseram que os idosos ajudam na despesa da casa