Última atualização em 17/06/2014 por admin
Os fundos de pensão brasileiros encerraram o ano passado tendo pago acima de R$ 28 bilhões em benefícios, ao longo dos 12 meses, aos perto de 700 mil participantes assistidos. Esse valor representa um pagamento de quase R$ 2,5 bilhões a cada mês.
As estatísticas do Núcleo Técnico da Abrapp, disponíveis na íntegra na edição maio-junho (nº 392) da revista Fundos de Pensão, mostram muito mais em relação aos benefícios pagos. Revelam, por exemplo, que o valor médio mensal das aposentadorias programadas pagas pelas entidades é de R$ 3.854,00. Este é um montante 3,5 vezes superior ao pago nesse caso pelo INSS, que nem por isso deixa de cumprir o seu importante papel, que é o de oferecer uma previdência básica sustentável.
Investimentos – A rentabilidade alcançada nos investimentos ficou em 3,28%, inferior a meta atuarial de 11,63% (soma de INPC + 5,75%). Tal resultado, ainda que modesto e abaixo do atuarialmente desejável, acabou sendo superior ao esperado, mesmo tendo 2013 sido um ano de mercado de renda fixa fortemente volátil, Bolsa em baixa, inflação em alta e economia com baixo crescimento, razões suficientes para não se alimentar maiores expectativas.
Cerca da metade dos planos registrou rentabilidade negativa, confirmando não ter sido 2013 um ano de conjuntura fácil. E mais que confirmando o acerto da posição da Abrapp, que diante de um quadro provavelmente ainda difícil em 2014 defende depender a sustentabilidade do sistema de avanços na discussão acerca de temas como solvência e precificação de ativos e passivo.
As estatísticas mostram também que, se por um lado as entidades sofrem revezes com conjunturas difíceis num ano ou noutro, no mais longo prazo os resultados se conservam largamente positivos, sendo que é nessa perspectiva de um horizonte mais dilatado de tempo que a performance dos fundos de pensão deve ser avaliada. Pois bem, os números apurados pelo Núcleo Técnico apontam uma rentabilidade de 297% nos últimos 10 anos, muito acima do exigível atuarial de 202%.
Em 2013 a categoria renda fixa, representando 60,4% dos ativos, proporcionou retorno de 2%. Já a renda variável, que ocupou 29% das carteiras, fechou o ano com rentabilidade de 2,50%. Os imóveis geraram retorno de 18,31%, maior rentabilidade obtida dentre os segmentos.