Última atualização em 29/04/2014 por admin
O fortalecimento do mercado de dívida privada é um antigo objetivo. Dele temos nos aproximado, mas com certeza não na velocidade requerida pelas empresas e a economia brasileira, nem tampouco do que seria o desejo dos próprios fundos de pensão, que encontram nesse formato não apenas mais uma alternativa de investimento, mas também uma oportunidade de reforçar a imagem que a poupança previdenciária tem de alavanca da produção. Algo especialmente importante nos dias atuais, em que a ampliação da oferta de produtos e serviços é vista como fundamental para conter a inflação. Mas é possível acelerar o passo e fazer mais, ensinou um dos painéis da série de Encontros Regionais 2014, cujos eventos se distribuíram em abril pelas seis regiões da Abrapp.
Nas seis capitais em que os encontros aconteceram foram duas as boas notícias, ambas na direção do reforço do segmento de dívida privada e do mercado secundário em geral. Uma é que a Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais inscreveu em 2014 esse fortalecimento entre as prioridades que constam de sua agenda. Luiz Carlos Sorge, diretor da Anbima, colocou tal objetivo entre os que figuram e justificam a parceria de sua Associação com a Abrapp. A outra novidade quem trouxe foi Pedro Salmeron (FOTO), gerente da Cetip e que anunciou que ainda este ano a plataforma de negociação de debêntures e títulos públicos, a “Cetip Trader Bonds”, vai incorporar inovações.
Transparência na formação de preços, claro, está na base de qualquer esforço destinado a reforçar o segmento de dívida privada e o próprio mercado como canal de capitalização das empresas. Por isso mesmo Sorge defendeu com força alguns pontos: incentivo à utilização de plataformas eletrônicas, ampliação da divulgação de preços indicativos e consolidação das informações por meio do “Sistema Reune” da Anbima, melhorias na infraestrutura de mercado (custodiantes e depositários) e maior padronização possível.
Nessa mesma linha, Sorge apontou as dificuldades que envolvem a formação de preços e as restrições que resultam de um mercado secundário incipiente.
Na linha de uma solução, Salmeron adianta que as inovações na plataforma eletrônica da Cetip, a principal disponível no País, vão “ao encontro do pleito das entidades por uma visão mais clara de como os preços são formados”. Atualmente, informa, 40 fundos de pensão são cadastrados na “Cetip Trader Bonds”, podendo utilizá-la diretamente. É difícil dizer quantos a usam indiretamente, por meio de fundos de investimentos. Desde fevereiro do ano passado, quando foi criado, já passaram R$ 120 bilhões por esse canal de negociação.
A novidade que a plataforma vai incorporar ainda este ano é a total integração entre os seus diferentes ambientes. “Dessa forma vamos conectar o gestor, o custodiante e o administrador do fundo”. resume Salmeron. Atualmente, explica, são mais de 900 usuários.
Com a integração numa plataforma única todas as informações ficam disponíveis ao mesmo tempo e em um único padrão, para diferentes agentes em um mesmo momento, sublinha. “Isso vai facilitar e muito a movimentação”, conclui.